O que os provedores de serviço fazem, quando não têm cobertura para atender um cliente em uma determinada área?
Eles podem usar uma arquitetura denominada MPLS (Multiprotocol Label Switching) Interdomain.
É super importante que tenhas bases sobre MPLS e L3VPN para entenderes melhor este post.
MPLS Interdomain, refere-se à implementação de redes MPLS VPN em vários domínios administrativos ou redes de provedores de serviços. Em cenários de MPLS Interdomain, diferentes provedores de internet ou serviços, colaboram para permitir conectividade MPLS de ponta a ponta para os seus clientes.
O MPLS Interdomain normalmente envolve a troca de informações de encaminhamento e rotulagem entre redes participantes através de mecanismos como o protocolo BGP e as opções MPLS interprovider (como Opção A, Opção B e Opção C). Estas opções definem como os rótulos são trocados e geridos entre as redes dos provedores, para garantir o encaminhamento adequado do tráfego através de fronteiras administrativas. Num próximo post, iremos falar mais sobre estas opções.
Ao manter o controlo sobre os rótulos MPLS e as políticas de encaminhamento em diferentes domínios, os provedores de serviços podem priorizar e gerir os fluxos de tráfego para cumprir os acordos de nível de serviço (SLAs) com os seus clientes.
Existem dois componentes principais no MPLS Interdomain: Inter-AS (Autonomous System) e CSC (Carrier Support Carrier).
1. Inter-AS (Autonomous System):
O MPLS VPN Inter-AS refere-se aos mecanismos e protocolos utilizados para estabelecer conectividade MPLS VPN e trocar tráfego entre diferentes Sistemas Autónomos. Num cenário típico, cada Sistema Autónomo (AS) representa um domínio administrativo distinto ou rede operada por um provedor de serviços. O MPLS Inter-AS permite que estes provedores interliguem as suas redes mantendo o controlo sobre as suas próprias políticas de encaminhamento e encaminhamento MPLS.
2. CSC (Carrier Support Carrier):
O CSC é um modelo onde um provedor de serviços atua como um transportador principal que suporta as necessidades de conectividade de rede de outros provedores de serviços menores. Neste modelo, o transportador principal fornece serviços de trânsito aos provedores mais pequenos, permitindo-lhes estender o seu alcance e oferecer conectividade de ponta a ponta aos seus clientes.
A solução CSC da Cisco envolve os seguintes componentes:
- VPNs MPLS Hierárquicas: Esta arquitetura permite ao transportador principal particionar a sua rede MPLS em várias instâncias de VPN, cada uma servindo um cliente diferente ou grupo de clientes.
- Família de Endereços VPNv4: O VPNv4 é usado para trocar informações de encaminhamento entre os routers centrais do transportador principal e os routers de borda do cliente (CE) dos fornecedores mais pequenos.
- Distribuição de Rótulos MPLS: Os rótulos MPLS são distribuídos entre os routers centrais do transportador principal e os routers CE dos fornecedores mais pequenos para permitir o encaminhamento de tráfego dentro da rede MPLS.
Nas redes tradicionais de provedores de serviços, as VPNs MPLS eram tipicamente implementadas dentro de um único Sistema Autónomo (AS). Esta abordagem significava que todos os clientes locais ou remotos que desejassem participar do serviço de VPN MPLS tinham que se conectar à rede do mesmo provedor de serviços. Apesar de ser um processo simples e rápido, também tinha limitações em termos de flexibilidade e alcance. Empresas com localizações geograficamente dispersas, frequentemente enfrentavam desafios para estender a conectividade de VPN MPLS a todos os seus locais, especialmente se esses locais estivessem localizados em regiões não atendidas pelo provedor escolhido.
Para lidar com essas limitações, foram desenvolvidos os modelos MPLS Inter-AS e CSC, permitindo a conectividade de VPN MPLS através de múltiplas redes de provedores e arquiteturas de VPN hierárquicas. No próximo post, vou mostrar-te de forma detalhada, como os provedores implementam MPLS Inter-AS e CSC.